domingo, 11 de abril de 2010
Meliponicultura legal
Meus amigos.
É consenso que a Amazônia abriga uma rica diversidade, que muitos se gabam disso em defesa de propósitos conservacionistas.
A Amazônia ainda detém mais de 70-75% de suas áreas naturais e esta imensidão de terra não pode simplesmente ser disponibilizada para a conservação, muito menos ser removida para a implantação de qualquer atividade que não permita a convivência ou a recuperação natural de sua biota.
Por dezenas de anos, pesquisadores com este tipo de pensamento, investem sua criatividade na tentativa de domesticar esta vasta riqueza biológica em benefício do homem e da natureza.
A meliponicultura, criação de abelhas indígenas sem ferrão, é um dos melhores exemplos desta conduta, onde recursos de alto valor cultural, ecológico, alimentício e econômico são gerados através do manejo racional de abelhas nativas amazônicas.
Distintos grupos de pesquisadores brasileiros, com base no conhecimento popular e científico, domesticaram várias espécies de abelhas nativas, criando métodos de multiplicação em larga escala de colônias, aumentando a produtividade das colméias, desenvolvendo métodos de utilização destas abelhas para a polinização de culturas agrícolas e solucionando problemas de colheita, conservação e embalagem dos produtos meliponícolas.
Contudo, por se tratar de um animal silvestre, toda, ou quase toda, meliponicultura praticada no Brasil é ilegal, mesmo sendo desenvolvida de maneira sustentável (sem a predação de ninhos naturais), contribuindo para a ecologia (através dos serviços de polinização), e geração de renda para os muitos agricultores familiares de todo o Brasil, em especial os da Amazônia.
A meliponicultura já é uma atividade largamente difundida e praticada no Brasil, havendo encontros regionais e nacionais periódicos, treinamentos por órgãos oficiais como a EMBRAPA, SENAR, SEBRAE e Confederação Brasileira de Apicultura, entre outros.
Diante do exposto, clamamos as autoridades competentes que encontrem uma solução legal para o exercício da atividade, que tem sido inclusive, modelo para outros países sul americanos, que por possuírem uma legislação ambiental mais condizente com a realidade já praticam a meliponicultura, adotando, inclusive, a tecnologia desenvolvida na Amazônia pela Embrapa de Belém e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Olá Venturieri,
ResponderExcluirSua opinião, aqui divulgada, é totalmente secundada por nós da AME-RIO.
Cada vez mais sentimos a necessidade de uma solução legal para o exercício de nossa atividade.
Parabéns pela iniciativa e por seus trabalhos em prol da Meliponicultura Nacional.
José Halley Winckler